16 de março de 2012

Revendo em clássico

Após uma apreciação sobre as qualidades cinematográficas e dramatúrgicas de Eles não usam black tie, que Leon Hirszman dirigiu em 1981, Maurício Caleiro comenta que "uma das principais funções do cinema brasileiro tem sido, historicamente, fornecer abordagens críticas da evolução sócio-politica do país – abordagens essas que, por não estarem presas ao escopo ou às formas da ciência política, tendiam a ser, quando bem-sucedidas, mais abrangentes, surpreendentes e às vezes desconcertantes do que o que comumente se lia na mídia corporativa ou nos textos acadêmicos".
Daí seu questionamento quanto à função social e cultural, o conteúdo e as motivações do cinema brasileiro praticado na atualidade.


"Cinema e sociedade: crise de representação?" (http://cinemaeoutrasartes.blogspot.com/2012/03/cinema-e-sociedade-ha-uma-crise-de.html).

Enquanto isso, novos talentos em potencial se perdem na contemplação do próprio umbigo e no vale-tudo autocomplacente propiciado pela tecnologia digital e pelo paternalismo frustrado e frustrante das políticas culturais brasileiras, tão bem recebidas (em pelo menos dois sentidos) pelos oportunistas de plantão. (Frank Ferreira)

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que boa parte da falta de representação da nossa época vem da grande quantidade de filmes globais que mais são extensões de suas novelas ou cópias de fórmulas americanas ( ex. se eu fosse você, divã, 2 coelhos..), onde o espectador da grande massa permanece na posição de continuidade da política de pão e circo, assistindo e desejando uma realidade que muito dificilmente será a sua, mas que dá força para ir para o trabalho no dia seguinte tendo como objetivo a qualidade de vida representada no filme que assistiram.

Mas acho que temos diretores atuais que estão tentando fazer um cinema que levante questionamentos como: Marcelo Gomes(cinema aspirinas e urubus, viajo porque preciso volto porque te amo), Karim Ainouz( céu de suely, viajo porque preciso volto porque te amo), Rogério Correa ( No Olho da Rua 2011) (...), no entanto não ganham muita visibilidade no grande público. E por que?