30 de março de 2012

24/3/12, em Sessão Extra: "Freud Além da Alma" - Registro Fotográfico

As psicólogas Anna Silvia Rosal de Rosal (FAd/FESPSP) e Maria Regina Friedmann (APP) debatendo com os espectadores.

Mais de 40 espectadores


27 de março de 2012

Nossa próxima atração: "Dersu Uzala", em 31/3/12

Um samurai-artista passeia pela estepe siberiana


CINECLUBE DARCY RIBEIRO apresenta Dersu Uzala (Dersu Uzala, 1975, URSS/Japão, 144 min, cor)
Direção: Akira Kurosawa. Roteiro: Akira Kurosawa, Vladimir Arseniev, Iuri Nagibin. Fotografia: Fiodor Dobronravov, Iuri Gantman, Asakazu Nakai. Montagem: Liudmila Feiginova. Música: Isaak Shvarts. Elenco: Maksim Munzuk, Iuri Solomin, Svetlana Davilchenko, Dmitri Korshikov, Suimenkul Chokmorov e outros.

Em "Dersu Uzala" (pronuncia-se "dersú usalá"), Akira Kurosawa toma a imensidão do deserto siberiano como tela cinematográfica e cria um retrato visualmente hipnótico e profundamente emocionante da natureza, da amizade e da sobrevivência.

Baseado nos diários do explorador russo Vladimir Arseniev, o filme começa em uma área florestal prestes a ser "liberada para desenvolvimento", onde Arseniev procura um túmulo sem identificação. Em flashback, uma expedição topográfica militar comandada pelo capitão Arseniev (Yuri Solomin) encontra Dersu Uzala (Maxim Munzuk), um nômade de etnia mongol, que se dispõe a guiar os soldados pela estepe. 

Inicialmente visto como um velho excêntrico e ignorante, Dersu ganha o respeito dos soldados graças à inteligência, aos instintos precisos, aos agudos poderes de observação e à profunda compaixão. Durante uma violenta tempestade, salva a vida de Arseniev, montando um engenhoso sistema de isolamento térmico na noite mortalmente fria. No final da expedição, deixa os soldados junto a uma ferrovia e retorna ao deserto.
Maksim Munzuk ("Dersu Uzala")

Anos depois, reencontra Arseniev em outra expedição de agrimensura. A idade começa a pesar sobre os ombros do caçador solitário. Para se defender, ele mata um tigre; convencido de que a natureza exigirá uma compensação por esse ato, sua decadência física se acelera. Aceita o convite para morar com a família de Arseniev na cidade. Aos poucos, sem poder caçar para viver e atormentado pela culpa do absurdo abate de um animal, vai se consumindo diante da lareira ardente, com o espírito alquebrado, perdido em suas lembranças. Decide retornar para a Sibéria.

E é lá que Arseniev vai procurar seu túmulo.

Akira Kurosawa
Akira Kurosawa (1910-1998), depois de "Rashomon" (1950), "Os sete samurais" (1954) — fonte de inspiração artística para o Ocidente —, "Yojimbo, o guarda-costas" (1961) e "Dodeskaden, o caminho da vida" (1970), só para lembrar algumas de suas obras, estava afastado das telas e se recuperava de uma tentativa de suicídio quando dirigiu "Dersu Uzala", a convite da produtora soviética Mosfilm. O filme ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro de 1976 e também foi premiado na Espanha, na França, na Itália, na URSS, etc. O sucesso internacional e o tratamento que deu ao conteúdo "ecológico", inusitado em sua filmografia, devolveram a Kurosawa a reputação de prolífico roteirista (mais de 70 títulos) e grande mestre da direção cinematográfica, mais do que experiente realizador de obras de temática japonesa, numa época (depois da II Guerra Mundial) em que o governo do Japão, praticamente ocupado por tropas norte-americanas, vetava obras de autores que se aproximassem de tendências esquerdistas ou que exaltassem valores como as tradições samurais e a prática de artes marciais. A seguir, ele filmaria, entre outros, "Kagemusha, a sombra de um samurai" (1980), "Ran" (1985), sua leitura do "Rei Lear" de Shakespeare, e o belíssimo "Sonhos" (1990).
Um aspecto interessante a verificar em "Dersu Usala" é o rendimento atual do sistema de cores cinematográficas Sovcolor (uma variante do alemão AGFAcolor, lançado em 1939), a resposta soviética ao Technicolor norte-americano (de 1916).



CINECLUBE DARCY RIBEIRO
Depois de um grande filme, sempre um bom debate

Data: sábado, dia 31 de março de 2012
Hora: 13h
Local: Sala Florestan Fernandes do Casarão (r. General Jardim, 522, próximo à estação República do metrô)

20 de março de 2012

Nossa próxima atração: "Freud, além da alma", em 24/3/12


Quando o cinema criou coragem e enfrentou Freud



CINECLUBE DARCY RIBEIRO exibe, em Sessão Extra, "Freud, além da alma" ("Freud", 1962, EUA, 120 min, p&b)


Direção: John Huston. Roteiro: Charles Kaufman, Wolfgang Reinhardt, Jean-Paul Sartre. Fotografia: Douglas Slocombe. Montagem: Ralph Kemplen. Música: Jerry Goldsmith. Elenco: Montgomery Clift, Susannah York, Larry Parks, Fernand Ledoux, Susan Kohner e outros.



Esta "Sessão Extra" do Cineclube Darcy Ribeiro é uma sugestão da professora Anna Silvia Rosal de Rosal, psicóloga com especialização em Psicoterapia Psicanalítica pela USP e docente de Comportamento Organizacional no curso de Administração da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. O Cineclube Darcy Ribeiro recebe a profª Anna Silvia e sua convidada, Maria Regina Friedmann, psicóloga clínica, especialista em Psicoterapia Psicanalítica pela USP e presidente da Associação de Psicoterapia Psicanalítica (APP), para comentar e debater este clássico da arte cinematográfica.



CINECLUBE DARCY RIBEIRO
Depois de um grande filme, sempre um bom debate

Com as psicólogas Anna Silvia Rosal de Rosal (FAd/FESPSP) e Maria Regina Friedmann (APP)

Data: sábado, dia 24 de março de 2012
Hora: 13h
Local: Auditório da Biblioteca Monteiro Lobato (r. General Jardim, 485, próximo à estação República do metrô)

18 de março de 2012

Eliana Caffé no Cineclube Darcy Ribeiro

Muito simpática a visita da cineasta Eliane Caffé, de Narradores de Javé, ao Cineclube Darcy Ribeiro, no sábado, 17 de março. (Frank Ferreira)

16 de março de 2012

Revendo em clássico

Após uma apreciação sobre as qualidades cinematográficas e dramatúrgicas de Eles não usam black tie, que Leon Hirszman dirigiu em 1981, Maurício Caleiro comenta que "uma das principais funções do cinema brasileiro tem sido, historicamente, fornecer abordagens críticas da evolução sócio-politica do país – abordagens essas que, por não estarem presas ao escopo ou às formas da ciência política, tendiam a ser, quando bem-sucedidas, mais abrangentes, surpreendentes e às vezes desconcertantes do que o que comumente se lia na mídia corporativa ou nos textos acadêmicos".
Daí seu questionamento quanto à função social e cultural, o conteúdo e as motivações do cinema brasileiro praticado na atualidade.


"Cinema e sociedade: crise de representação?" (http://cinemaeoutrasartes.blogspot.com/2012/03/cinema-e-sociedade-ha-uma-crise-de.html).

Enquanto isso, novos talentos em potencial se perdem na contemplação do próprio umbigo e no vale-tudo autocomplacente propiciado pela tecnologia digital e pelo paternalismo frustrado e frustrante das políticas culturais brasileiras, tão bem recebidas (em pelo menos dois sentidos) pelos oportunistas de plantão. (Frank Ferreira)

12 de março de 2012

Nossa próxima atração: "Narradores de Javé", em 17/3/12

Nossa gente conta sua história, com muito humor

Na "Apresentação" do livro "Narradores de Javé", publicado na coleção Aplauso Cinema Brasil da Imprensa Oficial,com a 17ª versão do roteiro do filme que dirigiu, Eliana Caffé escreveu:
 "'Narradores de Javé' nasceu do desejo de expedicionar pelo interior mais distante dessa porção urbana do Brasil e conhecer melhor nossa gente, seus modos de vida e como se expressam.
Luís Alberto de Abreu, meu parceiro desde 'Kenoma', incentivou-me a um processo de criação muito diferente do que conhecia, ou seja, construir o roteiro apenas ao 'redor da mesa'. Ao invés disso, esboçamos um argumento e partimos para a pesquisa de campo, para o convívio corpo a corpo com pessoas e situações que pudessem oferecer um repertório de imagens vivo, rico e espontâneo."


"... histórias reais ou fabulosas contadas por pessoas comuns"
"Assim, partimos para três expedições que fizemos pelo interior de Minas e da Bahia para colher histórias reais ou fabulosas contadas por pessoas comuns e originárias das regiões mais afastadas ou marginais.
O humor era o que mais ressaltava em todos os relatos que ouvíamos e mesmo presente nos lugares mais miseráveis que visitávamos. A partir daí, trabalhamos com essa matéria-prima — os fragmentos de histórias ouvidas — no desenho das situações e do roteiro como um todo.'


"... incorporar as improvisações e outras situações inesperadas"
"No filme, a ideia de termos no mesmo contexto os relatos épicos, pessoais, cômicos e escatológicos foi algo inspirado no que apareceu naturalmente neste convívio com a cultura dos 'contadores de histórias' — e porque afinal a nossa vida mesma contém um pouco de cada coisa e tudo junto.
No final deste processo, tínhamos um roteiro bastante amarrado, mas ainda com o objetivo de poder incorporar as improvisações e outras situações inesperadas que surgiriam na etapa de filmagem. Neste sentido, o roteiro foi fundamental para não nos perdermos frente à realidade sempre mais rica e também mais dispersiva que encontramos em Gameleira da Lapa (povoado onde filmamos).
É claro que, no final, o roteiro vivido na prática, dentro das improvisações dos atores e não atores, se transformou muito em relação ao original, mas nem por isso perdemos o horizonte ao qual pretendíamos chegar."


  
CINECLUBE DARCY RIBEIRO
Depois de um grande filme, sempre um bom debate
Com a presença de Eliane Caffé, diretora e roteirista

Data: sábado, dia 17 de março de 2012
Hora: 13h
Local: Sala Florestan Fernandes do Casarão (r. General Jardim, 522, próximo à estação República do metrô)