16 de junho de 2013

Garatujas sobre a sessão de ontem (15.06.2013)

Assisti "A Língua das Mariposas" pela primeira vez quando eu tinha 16/17 anos, lembro que me incomodou muito, mas eu não conseguia compreender o peso da sequência final. Depois de uns dois anos voltei a assistir, dessa vez chorei, mas, ainda assim aquela situação paradoxal não me era concreta. Ontem no cineclube, tomada por uma junção de subjetividades; talvez um pouco de conhecimento adquirido com leituras, com a faculdade, talvez o tanto que me senti mal com as situações ocorridas na manifestação, talvez por um deslocamento, o colocar-me em 1935/36 e não saber se tomada por um medo total não seria eu também uma traidora, se, como disse a Profa. Eliana Asche, o externo não imperaria sobre mim.

Assim que, para além, muito além, de questões cinematográficas, da educação libertadora, da relação professor/aluno, do descobrimento de mundo de Moncho, o que me fez chorar ao ponto de ter que ir para o banheiro tentar controlar a onda que estava vindo, foi pensar até onde o homem realmente se dispõe pelos seus afetos, pelo que acredita, pelo que pensa ser?

Espero que consigamos nos dispor para além do terror que esse externo se alimenta.
Seja na linha de frente ou num texto rascunhado depois de uma sessão cineclubista.


Para os ouvidos:  Empdy x Ed Greens - Screaming Revolution 


Daisy Serena

Um comentário:

Elianelan disse...

Não cheguei a chorar - raro em mim, preciso estar movida pelo ódio e pretendo afastar esse movimento cada dia mais - mas fiquei triste, sim. Deveria ser proibido manipular as pessoas, por lei e por princípio...